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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (195-200)

195. 5) Finalmente, imitava, na medida das suas forças, as virtudes que via em sua mãe. Parece que uma das razões por que permanecia sedentário, em casa, era o querer imitar a mãe, que era tão virtuosa, e fugir das más companhias, que corrompem os costumes. Por este meio, tornou-se digno de receber a dupla bênção de seu querido pai.

196. Esta é também a conduta dos eleitos na vida de cada dia: 
1) Conservam-se em casa com sua mãe. Quer dizer que gostam do retiro, são interiores e dão-se à oração. Mas fazem isto seguindo o exemplo e em companhia de sua mãe, a Virgem Santíssima, cuja glória reside toda no interior e que, durante toda a vida, tanto amou o retiro e a oração. É verdade que aparecem algumas vezes no mundo, mas é para obedecer à vontade de Deus e de sua querida Mãe, para cumprir os seus deveres de estado. Por maiores que sejam, na aparência, as coisas que fazem exteriormente, estimam muito mais as coisas que fazem dentro de si, no interior, em companhia da Santíssima Virgem. É aí que realizam a grande obra da sua perfeição, em comparação com a qual todas as outras não passam de jogos de criança. Seus irmãos e irmãs trabalham exteriormente com muita força, habilidade e sucesso, no meio do louvor e aplauso do mundo. Mas eles sabem, pela luz do Espírito Santo, que há muito mais glória, vantagem e prazer em permanecer escondidos no recolhimento com Jesus, seu modelo, numa inteira e perfeita submissão à sua Mãe. Sabem que isto vale muito mais que efetuar no mundo, por si mesmos, maravilhas de natureza e de graça, como tantos Esaús e condenados. “A glória de Deus e a riqueza dos homens encontraram-se na casa de Maria” (Sl 111, 3). Senhor Jesus, como são amáveis os Vossos tabernáculos! O passarinho achou a casa onde morar, e a rola um ninho onde abrigar os seus filhinhos. Oh! Como é feliz o homem que habita em casa de Maria, onde Vós fostes o primeiro a habitar! É nesta morada dos predestinados que o homem recebe socorro de Vós somente, e que dispõe no seu coração as ascensões e graus de todas as virtudes, a fim de se elevar à perfeição neste vale de lágrimas. “Quão deliciosas as Vossas moradas!” (Sl 83, 1-8).

197. 2) Os eleitos amam ternamente e honram de verdade a Santíssima Virgem, como sua boa Mãe e Senhora. Amam-na não só com os lábios, mas em verdade; honram-na não só exteriormente, mas no fundo do coração. Evitam, como Jacó, tudo o que pode desagradar-lhe, praticam fervorosamente tudo o que julgam poder atrair a sua benevolência. Trazem-lhe e dão-lhe não dois cabritos, como Jacó a Rebeca, mas o corpo e a alma, com tudo o que deles depende, e que estavam figurados nos dois cabritos de Jacó. E isto eles fazem:
1º. Para que Ela os receba como coisa que lhe pertence;
2º. Para que os mate e faça morrer para o pecado e para si mesmos, despojando-os da sua própria pele e do seu amor próprio. É por este meio que agradam a seu Filho Jesus, que só quer para serem Seus amigos e discípulos os que estão mortos a si mesmos;
3º. Para que Ela os prepare segundo o gosto do Pai celeste e para a sua maior glória, que Ela conhece melhor do que nenhuma outra criatura;
4º. Para que esse corpo e essa alma, por Seus cuidados e intercessão bem purificados de toda mancha, bem mortos, bem despojados e preparados, sejam um manjar delicado, digno do paladar e da benção do Pai celeste. 
Não é isto o que hão de fazer as almas predestinadas, que apreciem e pratiquem a consagração perfeita a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, que nós ensinamos, querendo assim mostrar a Jesus e a Maria um amor efetivo e corajoso? Os réprobos dizem bastante que amam Jesus, que amam e honram Maria, mas não com sua substância e todos os seus haveres (Pr 3, 9), e não até o ponto de lhes sacrificar o corpo com seus sentidos e a alma com as suas paixões, como os predestinados.

198. 3) Os eleitos são submissos e obedientes à Santíssima Virgem, como à sua boa Mãe. Nisto seguem o exemplo de Jesus Cristo, que, dos trinta e três anos que viveu na Terra, empregou trinta a glorificar seu Pai por uma perfeita e inteira submissão à sua Santa Mãe. Obedecem-lhe seguindo exatamente os Seus conselhos, como o pequeno Jacó seguia os de Rebeca, que lhe disse: “Meu filho, segue os meus conselhos” (Gn 27, 8). Obedecem-lhe ainda como os convidados das bodas de Caná, a quem a Santíssima Virgem disse: “Fazei tudo o que meu Filho vos disser” (Jo 2, 5). Por ter obedecido à sua mãe, Jacó recebeu a benção como por milagre, visto que por natureza não lhe cabia. E os convidados das bodas de Caná, por terem seguido o conselho da Virgem Santíssima, foram honrados com o primeiro milagre de Jesus Cristo, que aí transformou a água em vinho a pedido de sua Mãe. De igual modo, todos os que até o fim dos séculos receberem a benção do Pai celeste e forem honrados com as maravilhas de Deus, não receberão essas graças senão em consequência da sua perfeita obediência a Maria. Os Esaús, pelo contrário, perdem a benção por falta de submissão à Santíssima Virgem.

199. 4) Os eleitos têm uma grande confiança na bondade e no poder da Virgem Santíssima, sua boa Mãe. Reclamam sem cessar o seu socorro; consideram-na como a sua estrela polar, que os levará a bom porto; descobrem-lhe as suas penas e necessidades, com muita abertura de coração; confiam nas suas entranhas de misericórdia e doçura para, por sua intercessão, alcançar o perdão de seus pecados, ou para saborear as suas doçuras maternais em meio às penas e sofrimentos; lançam-se mesmo, escondem-se e perdem-se duma forma admirável no seu seio amoroso e virginal, para serem abrasados do Puro Amor, para aí serem purificados das menores manchas, e para encontrarem Jesus, que aí reside como em seu mais glorioso trono. Oh! Que ventura! “Não julgueis que haja maior felicidade em habitar no seio de Abraão que no seio de Maria, pois o Senhor aí colocou o seu Trono”, diz o abade Guerric.
Os réprobos, ao contrário, põem toda a sua confiança em si mesmos. Não comem senão o alimento dos porcos como o filho pródigo; não se alimentam senão de Terra como os sapos, e só amam as coisas visíveis e exteriores como os mundanos. Não apreciam as doçuras do seio e das entranhas de Maria. Não sentem um certo apoio e uma certa confiança que os predestinados sentem para com a Santíssima Virgem, sua boa Mãe. Amam miseravelmente a sua fome das coisas exteriores - como diz São Gregório -, porque não querem provar a doçura que lhes está preparada dentro de si mesmos e dentro de Jesus e de Maria.

200. 5) Finalmente, os predestinados seguem os caminhos da Santíssima Virgem, sua boa Mãe. Isto é, imitam-na, e é nisto que consiste verdadeiramente a sua felicidade e devoção. É este o sinal infalível da sua predestinação como lhes assegura esta boa Mãe: “Bem-aventurados os que praticam as minhas virtudes e caminham nas pegadas da minha vida, com o auxílio da divina graça” (Pr 8, 32). São felizes neste mundo, durante a vida, pela abundância das graças e doçuras que da minha plenitude lhes comunico mais abundantemente que àqueles que não me imitam de tão perto. São felizes na morte, que é doce e tranqüila, e a que assisto ordinariamente, para os conduzir, eu mesma, às alegrias eternas. Finalmente, serão felizes na eternidade, porque nunca nenhum dos meus servos dedicados, que imitou as minhas virtudes durante a vida, se veio a perder. Os réprobos, pelo contrário, são infelizes durante a vida, na morte e na eternidade, porque não imitam as virtudes de Maria. Contentam-se tão somente de pertencer a alguma de suas confrarias, de recitar qualquer prece em sua honra, ou de realizar alguma outra devoção externa. Ó Santíssima Virgem, minha boa Mãe, como são felizes - repito-o num transporte de íntima alegria -, como são felizes aqueles e aquelas que, não se deixando seduzir por uma falsa devoção para convosco, seguem fielmente os Vossos caminhos, os Vossos conselhos e as Vossas ordens! Mas quão desgraçados e malditos aqueles que, abusando da Vossa Devoção, não guardam os mandamentos de Vosso Filho: “Malditos todos aqueles que se afastam dos Vossos mandamentos”
(Sl 118, 21).

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