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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Das Homilias sobre o Eclesiastes, de São Gregório de Nissa, bispo

Há um tempo de dar à luz e um tempo de morrer. Oxalá que a mim também suceda nascer em tempo desejado e morrer também em tempo oportuno. Ninguém irá pensar que o Eclesiastes se refere ao nascimento involuntário e à morte natural, como se nisso houvesse uma reta ação virtuosa. Não é pela vontade da mulher que existe o parto, nem a morte depende do livre-arbítrio dos que morrem. Nunca se definirá como virtude ou vício aquilo que não está em nosso poder. É preciso, portanto, compreender o parto num tempo querido e a morte num tempo oportuno. Quanto a mim, parece-me que um parto é perfeito e não abortivo quando, no dizer de Isaías, alguém concebe pelo temor de Deus e pela alma em dores de parto gera sua salvação. Pois somos, de certo modo, pais de nós mesmos, nos concebemos e nos damos à luz a nós mesmos.
        Assim nos acontece, porque acolhemos Deus em nós, feitos filhos de Deus, filhos da virtude, filhos do Altíssimo. Mas também nos damos à luz como abortivos e nos tornamos imperfeitos e imaturos, quando não se formou em nós, segundo diz o Apóstolo, a forma de Cristo. É preciso ser íntegro e perfeito o homem de Deus.
        Se, pois, está claro como se nasce em tempo, também é claro para todos de que maneira se morre em tempo; para São Paulo, todo tempo era oportuno para uma boa morte. Em seus escritos declara, quase como um protesto: Morro todos os dias para vossa glorificação, e ainda: Por ti somos entregues à morte cotidianamente. E nós também tivemos uma sentença de morte dentro de nós mesmos.
        Não é difícil entender de que maneira Paulo morre diariamente, ele que nunca vive para o pecado, que sempre faz morrer seus membros carnais e traz em si a morte do corpo de Cristo, que sempre está crucificado com Cristo e nunca vive para si mas em si tem o Cristo vivo. Esta é, parece-me, a morte oportuna, aquela que obtém a verdadeira vida
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